Castas Tintas

26 Setembro 2020 / By Quinta de Cottas

Capítulo I – As castas tintas da Quinta de Cottas

 

 

Touriga Nacional

É uma casta nobre e muito apreciada em Portugal, sendo a casta mais elogiada em Portugal. Os seus pequenos bagos de pele grossa dão baixos rendimentos e produzem vinhos de cores profundas e concentrados, com um frutado intenso e taninos maciços. A abundância dos aromas primários é uma das imagens de marca da casta, apresentando-se simultaneamente floral e frutada, sempre intensa e explosiva. Pouco produtiva, é capaz de produzir vinhos equilibrados, com boas graduações alcoólicas e excelente capacidade de envelhecimento.

 

Touriga Franca

É a casta mais plantada na região do Douro, ocupando actualmente cerca de um quinto do encepamento total da região. É uma casta com uma produção consistente sendo um dos pilares estruturais dos vinhos durienses. Proporciona vinhos ricos em cor e estrutura firme mas, simultaneamente, elegantes. Por regra os vinhos sugerem notas florais de rosas, flores silvestres, amoras e esteva. Graças à forte concentração de taninos, contribui para o bom envelhecimento dos lotes onde participa, sendo regularmente associada com as castas Tinta Roriz e Touriga Nacional.

 

Tinto Cão

É uma das mais antigas castas do Douro, sendo cultivada desde o século XVIII. No entanto, como não é muito produtiva nunca foi muito apreciada pelos viticultores. A Tinto Cão é uma das mais bem-adaptadas ao clima quente e seco da região, tolerando temperaturas muito altas É muito fiável, mantendo o seu vigor mesmo em solos pouco férteis. Os seus pequenos cachos compactos de pequenas bagas produzem vinhos de longa guarda com uma acidez fresca e textura aveludada. Produz vinhos carregados de cor, com aromas delicados e florais.

 

Sousão

O Sousão é apreciado principalmente por suas qualidades de coloração, pois cria vinhos pretos, opacos, fechados e quase impenetráveis à luz. E são vinhos de caráter único, com taninos leves, boa estrutura de acidez, elevado nível alcoólico, textura sedosa e suave. As videiras de Sousão adaptam-se melhor a climas quentes, tal como no Douro. Esta casta tem bagos de tamanho médio, uniformes, preto-azuladas. Foram estas características tão peculiares que a tornaram tão apreciada na composição do vinho do Porto, conferindo-lhe cor e acidez, condições essenciais para este tipo de vinhos destinados ao envelhecimento.

 

Tinta Roriz

A Tinta Roriz representa a maioria das novas plantações após a Touriga Franca. É a casta ibérica por excelência, uma das raras variedades a ser valorizada dos dois lados da fronteira onde é apelidada sob o nome de Tempranillo. É uma casta precoce, muito vigorosa e produtiva, facilmente adaptável a diferentes climas e solo. Se o vigor for controlado, oferece vinhos que concertam elegância e robustez, fruta farte e especiarias, num registo profundo e vivo. Prefere climas quentes e secos, temperados por solos arenosos ou argilo-calcários. É tendencialmente uma casta de lote, beneficiando recorrentemente da companhia de outras castas.

 

Tinta Francisca

A Tinta Francisca é uma casta muito presente nas Vinhas Velhas do Douro. Caracterizada por baixos níveis de produção, tem um cacho pequeno e distinguindo-se na paisagem pelo verde das suas folhas muito brilhante e lustroso originando vinhos aromaticamente muito atraentes, de estrutura mediana, carecendo de acidez e taninos, perfil elegante, mas de grande intensidade. Por consequência de tais características, a variedade é ideal para ser utilizada, principalmente, como um componente de mistura. Alguns estudos sugerem que a uva Tinta Francisca seja um parente distante da tradicional casta Pinot Noir e, portanto, um membro da família Pinot mais ampla, responsável por englobar as uvas Chardonnay, Aligote, Pinot Gris, Pinot Meunier e Pinot Blanc. No entanto, apesar da semelhança entre os cachos e bagos da Pinot Noir e da Tinta-Francisca, a teoria ainda não está provada.